data-filename="retriever" style="width: 100%;">
data-filename="retriever" style="width: 100%;">Arte/UFSM
Uma nova espécie de réptil fóssil brasileiro é o primo próximo do misterioso grupo dos tanistrofeídeos, de acordo com estudo publicado no jornal de acesso livre Plos One. O estudo conta com a participação de pesquisadores das universidades federais de Santa Maria (UFSM) do Pampa (Unipampa).
Após a extinção do Permiano, há 252 milhões de anos, os répteis tomaram conta dos ecossistemas globais. Entre as primeiras linhagens que apareceram após essa extinção, estão os tanistrofeídeos, um grupo de animais de pescoço comprido cujos modos de vida ainda são um mistério, mas que foram bem-sucedidos no período Triássico. A evolução desse grupo, entretanto, ainda é pouco compreendida, já que fósseis de seus representantes iniciais são extremamente raros.
Região registra temperaturas mais baixas do ano nesta quarta-feira
Os pesquisadores acreditam que os primeiros tanistrofeídeos podem ter surgido no início do período Triássico, um intervalo temporal de onde os fósseis são especialmente raros.
- O fóssil foi encontrado em rochas do início do período Triássico, no mesmo afloramento de onde saíram outras espécies recentemente descritas, evidenciando uma fauna ainda não totalmente conhecida. Essa fauna se correlaciona apenas em parte com fósseis da África do Sul, mostrando a relevância do achado. Novos esforços de coleta coordenados pela UFSM e Unipampa foram capazes de recuperar inúmeros novos fósseis, incluindo duas novas espécies de répteis em menos de cinco anos - comenta Átila da Rosa, coautor do trabalho e responsável pela coleta do fóssil.
As comparações mostram que o novo réptil fóssil, um esqueleto parcial composto por um membro posterior, pelve e vértebras da cauda, é o parente mais próximo dos tanistrofeídeos. A nova espécie foi batizada de Elessaurus gondwanoccidens. O nome é em parte derivado da obra O Senhor dos Anéis, de J.R.R. Tolkien. Elessar é o nome élfico do personagem Aragorn, ou Passolargo. O nome faz referência às longas pernas do novo animal.
IMPORTÂNCIA
A maior parte dos tanistrofeídeos é encontrado na Europa, Ásia e América do Norte. Agora, a descoberta sugere que o Elessaurus pode ter origem na América do Sul. A espécie seria terrestre e só na metade do Triássico teria se adaptado à vida aquática.
- A nova espécie é uma importante peça no quebra-cabeça de como os répteis começaram a dominar os ecossistemas terrestres após a extinção do Permiano, dando origem a uma diversidade incrível, que acabaria culminando nos famosos dinossauros - diz o pesquisador Felipe Pinheiro, da Unipampa.